A pele aos 50 anos: Os cuidados necessários com as dicas da dermatologista Andrea Combalia

Cuidado da Pele, Glicação, Inflammaging | 25 Outubro

Porque é que a pele nos preocupa aos 50 anos?

Embora não goste de falar da idade da pele enquanto dermatologista, mas sim do seu estado, é verdade que a partir de uma certa idade o maior órgão do corpo humano tem necessidades especiais.

Se pensarmos na pele feminina aos 50 anos, sabemos que muitas mudanças surgirão. A menopausa comporta uma queda nos níveis de estrogénio e progesterona, que leva a uma diminuição na síntese de colagénio e elastina, uma redução na qualidade da camada hidrolipídica da pele, uma queda no volume da gordura subcutânea e a uma perda progressiva do tónus dos músculos faciais.

Da mesma forma, com o passar dos anos, as manchas secundárias aparecem devido à exposição repetida à radiação ultravioleta. Por outro lado, a capacidade de renovação da epiderme fica reduzida, o que se traduz numa pele mais opaca, seca e pouco luminosa.

Como cuidar de peles maduras e sensíveis?

Cuidar da pele é fundamental em qualquer idade. No entanto, a pele madura, se também for sensível, exigirá cuidados especiais.

Com o passar dos anos, a hidratação torna-se cada vez mais importante para compensar a secura cutânea da pele natural na quinta década de vida. Ingredientes como o ácido hialurónico permitem-nos obter um conforto imediato, razão pela qual é um dos ingredientes cosméticos mais valorizados atualmente.

Os antioxidantes são outros dos componentes importantes na pele madura, pois ajudam a combater a formação de radicais livres e a restaurar a luminosidade da pele. Entre eles, destaca-se a vitamina C, que também tem um leve efeito despigmentante.

Aplicar um filtro solar de amplo espectro também é fundamental para proteger a pele dos raios UVA, UVB, infravermelhos e luz azul, prevenir o aparecimento de manchas e a perda de elasticidade da pele, uma vez que a radiação solar também contribui para degradar as fibras de colagénio e elastina.

Finalmente, é essencial incorporar ingredientes como retinol e bakuchiol na sua rotina noturna. Esses princípios ativos são muito interessantes, pois ajudam a regenerar a pele e recuperar a sua elasticidade, textura e tónus. No entanto, devem ser introduzidos com cuidado, uma vez que mal indicados podem irritar a epiderme, principalmente no caso de peles sensíveis e com rosácea. É por esta razão que o bakuchiol é um dos ingredientes que se torna cada vez mais relevante, uma vez que é uma excelente alternativa ao retinol no caso das peles sensíveis e reativas. Ao contrário dos derivados da vitamina A, o bakuchiol respeita todos os tipos de pele e serve como alternativa ao retinol, sem causar prurido, irritabilidade ou vermelhidão.

O que é glicação?

O envelhecimento da pele ocorre por um mecanismo muito complexo no qual vários fatores, exógenos e endógenos, intervêm simultaneamente. A genética é difícil de mudar, mas podemos agir sobre os fatores genéticos que atuam na nossa pele.

Entre todos os fatores externos, a alimentação desempenha um papel muito importante, mas a glicação também tem ganho especial relevância. Já ouviu falar sobre este processo?

Glicação é à reação das moléculas de glicose (açúcares) nas proteínas da nossa pele, como o colagénio e a elastina. Quando a glicose entra em contato com o colagénio e a elastina, são produzidos resíduos conhecidos como AGE (Advance Glication End Products) que se acumulam e contribuem para o envelhecimento da pele.

Uma dieta rica em vegetais, equilibrada e isenta de alimentos processados ​​é fundamental para manter o corpo saudável. No entanto, também sabemos que reduzir o consumo de açúcares é fundamental para evitar o envelhecimento precoce da pele.

O que é o inflammaging?

O termo inflammaging combina duas palavras em inglês: inflammation (inflamação) e aging (envelhecimento). Felizmente, a ciência avançou e hoje sabemos que a inflamação contínua da pele contribui para o envelhecimento. Isso é especialmente importante em peles sensíveis e reativas ou com rosácea, uma vez que irritações e vermelhidão também aceleram o processo de envelhecimento cutâneo.

A inflamação costuma ser acompanhada por sintomas como dor, vermelhidão, prurido e espessamento da pele. No entanto, devemos ter em mente que em muitas ocasiões há um menor grau de inflamação, dificilmente percebida e sentida, mas que também contribui para que os nossos tecidos cutâneos percam lentamente as suas propriedades. É essencial restaurar o equilíbrio da pele, especialmente quando se trata de pele sensível e reativa. A pele inflamada não sofre apenas a curto prazo, mas também tem consequências a longo prazo.

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